quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Remember, remember, the 5th of November...

Amanhã é 5 de novembro e 5 de novembro lembra V. de Vingança. Então preparei esse post especial, sobre uma data e uma obra que nunca devem ser esquecidas.


V. de Vingança

Baseada na Graphic Novel de 1988 escrita por Alan Moore (também escritor de A Liga Extraordinária e Watchmen) e adaptado ao cinema em 2006 pelos irmãos Wachowskis (da trilogia Matrix), V. de Vingança é uma das produções mais corajosas dos últimos tempos. Em uma década marcada por ataques terroristas que varreram milhares de inocentes do mapa, a proposta do filme de “terrorismo justificável” arriscava um possível fracasso tanto nas bilheterias quanto nas críticas.

Felizmente não foi isso que aconteceu, além do merecido sucesso, a obra hoje é considerada um clássico cult, graças ao carisma e determinação do herói do filme conhecido apenas por “V”.

Sinopse: Passado numa Londres totalitária do futuro, V de Vingança conta a história de Evey, uma jovem doce e tranqüila que é salva de uma situação de vida ou morte por um vigilante mascarado de Guy Fawkes, conhecido apenas por "V". Incomparavelmente carismático e ferozmente dotado na arte do combate e do logro, V, um anarquista convicto, dá início a uma revolução quando detona dois marcos da cidade de Londres e toma o controle das ondas de rádio e TV, sugerindo aos seus concidadãos a rebelarem-se contra a tirania e opressão. À medida que Evey descobre a verdade sobre o misterioso V, ela descobre também algumas verdades sobre si própria e assim emerge uma inesperada aliada no plano para trazer liberdade e justiça a uma sociedade marcada pela crueldade e corrupção.

Para quem teve o privilégio de assistir, ficam as seguintes perguntas: o que aconteceu no dia 5 de novembro de 1605? O que foi a revolução da pólvora e quem foi Guy Fawkes?


Reforma Protestante

Após séculos de abusos contra os fiéis, que iam desde vendas de sacramentos (entre eles casamento e batismo) á torturas e execuções cometidas pela a Igreja Católica, iniciou no século XVI a Reforma Protestante, do monge alemão Martinho Lutero.

A proposta de Lutero era uma grande reforma no catolicismo, para que a igreja voltasse a pertencer ao povo, e não o contrário.

Cidade do Vaticano

O resultado da Reforma Protestante foi à divisão da chamada Igreja do Ocidente entre os “Católicos Romanos” e os “Reformados” (ou Protestantes), originando o Protestantismo (conhecida atualmente e popularmente no Brasil como religião Evangélica).

Iniciada na Alemanha, a reforma se espalhou pela Suíça, França, Holanda e mais tarde na Inglaterra. Meio século depois, ela ainda avançaria sobre a Escandinávia e em alguns paises do Leste Europeu.


A Reforma na Inglaterra

Inicialmente, o Rei Henrique VIII foi contra a Reforma. Anos mais tarde, ainda sem um herdeiro para o trono Inglês, Henrique tentou trocar de esposa e pediu para que o Papa Clemente VII anulasse seu casamento. Com a recusa do Papa, em 1531, Henrique se declarou “Protetor da Igreja Inglesa” e três anos mais tarde, o Parlamento Inglês colocaria o rei e seus sucessores como líderes supremos da Igreja na Inglaterra (chamada a partir daí de Igreja Anglicana, a primeira igreja inglesa oficialmente protestante), rompendo definitivamente seu elo com o Vaticano. Os ingleses que não concordassem com isso seriam excomungados, perseguidos e executados.

Rei Henrique VIII, na série The Tudors, vivido por Jonathan Rhys Meyers

Nos anos seguintes, com a influência protestante no Reino Unido, as diferenças e rixas entre a Igreja Católica e a Igreja Anglicana só aumentariam. Em 1553, a Rainha Maria tentou uma reconciliação entra a Inglaterra e o Vaticano e em 1559, durante o Reinado de Elizabeth I, a rainha assumiu compromissos com as duas igrejas. Mas apesar de seus esforços, as perseguições contra católicos na Inglaterra continuariam por muitos anos.


A Revolução da Pólvora

Entre 1603 e 1625, durante o Reinado de James I, ingleses católicos eram privados de direitos legais e proibidos de exercerem cargos públicos.

A conspiração da pólvora foi uma tentativa dos conspiradores católicos insatisfeitos, de explodir o parlamento inglês, com a aristocracia (a maioria protestantes) e com o rei James I dentro.

Máscara de Fawkes

Em março de 1605, a terra abaixo da "Casa dos Lordes" começou a ser preenchida com 36 barris de pólvora. O responsável pela pólvora era um soldado católico especialista em explosivos, chamado Guy Fawkes. Os conspiradores notaram que o ato poderia levar a morte de diversos inocentes e enviaram avisos para que alguns deles mantivessem distância do parlamento no dia do ataque. Infelizmente um dos avisos chegou aos ouvidos do rei, que ordenou uma revista no prédio do parlamento. Assim, no dia 5 de novembro, acabaram encontrando Guy Fawkes guardando a pólvora embaixo do parlamento. Ele foi preso e torturado, revelando o nome dos outros conspiradores. No final foi condenado a morrer na forca, por traição e tentativa de assassinato.

Todo ano, no dia 5 de novembro, pessoas no Reino Unido, Nova Zelândia, África do Sul e outros paises colonizados pelos ingleses, celebram a falha da conspiração. Esta noite é tradição malhar e queimar em fogueiras, bonecos que representam Fawkes, e soltar fogos de artifício.

Graças ao Filme V. de Vingança, 5 de novembro também virou uma data que nos impulsiona a defender nossos ideais de liberdade, igualdade e de um governo mais justo, os mesmos ideais que Guy Fawkes morreu defendendo.


"Remember, remember, the 5th of November
The gunpowder, treason and plot;
I know of no reason, why the gunpowder treason
Should ever be forgot."

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